Típica resposta de física! :) (Claro que me lembro de tudo, quase corre no sangue...) Imagina agora que eras pintora... Pista: nas tipografias, não usam o sistema RGB (red, green, blue) dos ecrãs de televisão e dos computadores, mas sim o CMYK (ciano, magenta, amarelo, preto).
Talvez uma forma de fazer alguma luz sobre a questão seja considerar o Facto de que Preto e Branco são duas palavras que partilham a raiz etimológica. Dito de outro modo, são a mesma coisa na origem.
A mesma raiz etimológica?! No meu dicionário da Porto Editora vem: Branco. Do germânico blank, «brilhante, branco». Séc. XIII. Preto. Do latim prettu- por pressu-, «apertado». Esse argumento linguístico tem que ser melhor explicado...
De qualquer modo, a resposta tem que ver com física.
O germânico e o latim pertencem a dois dos ramos das chamadas "línguas indo-europeias". Estas designação refere-se a uma espécie de "migração" da língua, cuja matriz, da qual todas nasceram, teve origem no território indiano, ou persa, não estou bem certo.É possível que para aqui tenham caminhado de oriente. Há um antepassado de uma das línguas sagradas mais antigas do mundo, o sânscrito, que, segundo alguns autores, terá estado na origem desta babel: o Vattan. Não sei se no Vattan, ou no próprio Sânscrito, a forma de escrever "preto" é, se não igual, muito semelhante à forma de escrever "branco". Esta é uma questão de natureza metafísica ou religiosa à qual a linguagem respondeu da forma adequada ao tempo e ao espaço. De qualquer forma, a coincidência etimológica releva do carácter sagrado da língua, da sua natureza de "veículo" de compreensão do cosmos. Em muitas ocasiões, quer da vida quotidiana, quer mesmo da vida laboratorial inventada pelas ciências, é possível verificar-se a "união dos opostos". A história das religiões, principalmente as orientais, é um tesouro a esse nível. O branco e o preto são apenas exemplos dessa junção de contrários, acerca da qual muita informação pode ser encontrada como disse, quer na história das religiões, quer na da Alquimia, por exemplo. Faço este comentário de memória, mas se for caso disso, é possível indicar alguma bibliografia.
Não percebi se "não sabe" ou se o branco e o preto "são exemplos" de conceitos ditos ou escritos da mesma forma numa língua remota. Em qualquer caso, onde é que entram as restantes cores nesse seu quadro? (Tenho que dizer que há quem saiba muito mais sobre línguas do que eu entre os autores deste blog.)
Não quer tentar responder à pergunta de algibeira de uma forma mais objectiva? É que, em física, o branco e o preto são, de facto, opostos. (E não me lembro de nenhuma circunstância em que se aplique a metáfora da "união de opostos".)
Não percebi se "não sabe" ou se o branco e o preto "são exemplos" de conceitos ditos ou escritos da mesma forma numa língua remota. Em qualquer caso, onde é que entram as restantes cores nesse seu quadro? (Tenho que dizer que há quem saiba muito mais sobre línguas do que eu entre os autores deste blog.)
Não quer tentar responder à pergunta de algibeira de uma forma mais objectiva? É que, em física, o branco e o preto são, de facto, opostos. (E não me lembro de nenhuma circunstância em que se aplique a metáfora da "união de opostos".)
Nova pista: teoria das cores.
Caro Aristarco,
uma vírgula é, de facto, uma coisa importantíssima. Ou, pelo menos, pode ser. Não será por acaso que ela tem aproximadamente a mesma forma do Iod hebraico, sobre o qual não vamos falar agora. O que de facto quis dizer foi que o branco e o preto, enquanto “ideias”, para usar uma terminologia platónica, foram primitivamente designados da mesma forma, precisamente porque representavam a mesma “essência”. Imagine que em vez de falarmos de preto e branco falávamos de luz e sombra, ou de forma e fundo, de síntese e antítese, de Yin e Yang, ou mesmo de um gato vivo e morto simultaneamente. Não se esqueça que o instrumento que usamos para comunicar, este, a palavra, é uma entidade nómada, que atravessa continentes e civilizações, mas que transporta na raiz a mesma verdade que a fez nascer. Por muita materialização que sofra. Essa verdade, a que os cristãos chamaram Verbo, está bem desenhada no início do Génesis. Também lá é bem clara, ou sombria, conforme o ponto de vista, a união primordial entre Luz e Trevas, entre Preto e Branco. Talvez até o gato do falecido Shrodinger (perdoe-me se escrevi mal o nome) saiba alguma coisa sobre o assunto, dado que fez como o sujeito da morte anunciada, foi vivo e morto simultaneamente. Quanto à teoria das cores, não se importará que ponha a falar por mim alguém que entendeu muito mais do assunto: “Branco e Preto O branco e o preto só recentemente foram consideradas cores - segundo os impressionistas : “O branco e o Preto não existem na natureza.” Estas duas cores, na sua presença material, são ainda mais ambíguas do que as três cores primárias. O branco puro e o preto puro não passam de ficção: as duas cores trazem consigo quente ou frio, isto é, amarelo ou azul. Os pigmentos que manipulamos também mostram esta diferença; o branco de zinco é frio, o branco de prata é quente. Os pretos do marfim, do fumo, do carvão, da borra, etc., possuem maior ou menor profundidade ou calor. Fisicamente, o branco produz-se pela reflexão de todos os raios luminosos, o preto pela sua absorção. Fisicamente, estas duas cores não são, portanto, cores.” (…) “Características do branco e do preto: Branco: resistência activa, salto Preto: resistência passiva, falta de resistência, apagamento, abandono. O interior corresponde às leis da física.” (…) “O vermelho (a primeira cor no desenvolvimento histórico) afirma-se ao máximo sobre branco e preto. (Pôr vermelho sobre branco e preto) Goethe: “Dois extremos opostos preparam-se gradualmente para a união.”
Quanto a circunstâncias em que se aplique a “metáfora” da união dos opostos posso sugerir o casamento. A seu tempo, contudo.
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Típica resposta de física! :) (Claro que me lembro de tudo, quase corre no sangue...) Imagina agora que eras pintora... Pista: nas tipografias, não usam o sistema RGB (red, green, blue) dos ecrãs de televisão e dos computadores, mas sim o CMYK (ciano, magenta, amarelo, preto).
enviado por Aristarco em agosto 22, 2004 2:54 da tarde
Talvez uma forma de fazer alguma luz sobre a questão seja considerar o Facto de que Preto e Branco são duas palavras que partilham a raiz etimológica. Dito de outro modo, são a mesma coisa na origem.
enviado por Bruno Santos em agosto 24, 2004 5:04 da tarde
sotnas onurb:
A mesma raiz etimológica?! No meu dicionário da Porto Editora vem:
Branco. Do germânico blank, «brilhante, branco». Séc. XIII.
Preto. Do latim prettu- por pressu-, «apertado».
Esse argumento linguístico tem que ser melhor explicado...
De qualquer modo, a resposta tem que ver com física.
enviado por Aristarco em agosto 24, 2004 6:00 da tarde
O germânico e o latim pertencem a dois dos ramos das chamadas "línguas indo-europeias". Estas designação refere-se a uma espécie de "migração" da língua, cuja matriz, da qual todas nasceram, teve origem no território indiano, ou persa, não estou bem certo.É possível que para aqui tenham caminhado de oriente.
Há um antepassado de uma das línguas sagradas mais antigas do mundo, o sânscrito, que, segundo alguns autores, terá estado na origem desta babel: o Vattan.
Não sei se no Vattan, ou no próprio Sânscrito, a forma de escrever "preto" é, se não igual, muito semelhante à forma de escrever "branco". Esta é uma questão de natureza metafísica ou religiosa à qual a linguagem respondeu da forma adequada ao tempo e ao espaço. De qualquer forma, a coincidência etimológica releva do carácter sagrado da língua, da sua natureza de "veículo" de compreensão do cosmos. Em muitas ocasiões, quer da vida quotidiana, quer mesmo da vida laboratorial inventada pelas ciências, é possível verificar-se a "união dos opostos". A história das religiões, principalmente as orientais, é um tesouro a esse nível.
O branco e o preto são apenas exemplos dessa junção de contrários, acerca da qual muita informação pode ser encontrada como disse, quer na história das religiões, quer na da Alquimia, por exemplo.
Faço este comentário de memória, mas se for caso disso, é possível indicar alguma bibliografia.
enviado por Bruno Santos em agosto 25, 2004 3:58 da tarde
sotnas onurb:
Não percebi se "não sabe" ou se o branco e o preto "são exemplos" de conceitos ditos ou escritos da mesma forma numa língua remota. Em qualquer caso, onde é que entram as restantes cores nesse seu quadro? (Tenho que dizer que há quem saiba muito mais sobre línguas do que eu entre os autores deste blog.)
Não quer tentar responder à pergunta de algibeira de uma forma mais objectiva? É que, em física, o branco e o preto são, de facto, opostos. (E não me lembro de nenhuma circunstância em que se aplique a metáfora da "união de opostos".)
Nova pista: teoria das cores.
enviado por Aristarco em agosto 25, 2004 9:41 da tarde
Não percebi se "não sabe" ou se o branco e o preto "são exemplos" de conceitos ditos ou escritos da mesma forma numa língua remota. Em qualquer caso, onde é que entram as restantes cores nesse seu quadro? (Tenho que dizer que há quem saiba muito mais sobre línguas do que eu entre os autores deste blog.)
Não quer tentar responder à pergunta de algibeira de uma forma mais objectiva? É que, em física, o branco e o preto são, de facto, opostos. (E não me lembro de nenhuma circunstância em que se aplique a metáfora da "união de opostos".)
Nova pista: teoria das cores.
Caro Aristarco,
uma vírgula é, de facto, uma coisa importantíssima. Ou, pelo menos, pode ser. Não será por acaso que ela tem aproximadamente a mesma forma do Iod hebraico, sobre o qual não vamos falar agora.
O que de facto quis dizer foi que o branco e o preto, enquanto “ideias”, para usar uma terminologia platónica, foram primitivamente designados da mesma forma, precisamente porque representavam a mesma “essência”.
Imagine que em vez de falarmos de preto e branco falávamos de luz e sombra, ou de forma e fundo, de síntese e antítese, de Yin e Yang, ou mesmo de um gato vivo e morto simultaneamente.
Não se esqueça que o instrumento que usamos para comunicar, este, a palavra, é uma entidade nómada, que atravessa continentes e civilizações, mas que transporta na raiz a mesma verdade que a fez nascer. Por muita materialização que sofra. Essa verdade, a que os cristãos chamaram Verbo, está bem desenhada no início do Génesis. Também lá é bem clara, ou sombria, conforme o ponto de vista, a união primordial entre Luz e Trevas, entre Preto e Branco. Talvez até o gato do falecido Shrodinger (perdoe-me se escrevi mal o nome) saiba alguma coisa sobre o assunto, dado que fez como o sujeito da morte anunciada, foi vivo e morto simultaneamente.
Quanto à teoria das cores, não se importará que ponha a falar por mim alguém que entendeu muito mais do assunto:
“Branco e Preto
O branco e o preto só recentemente foram consideradas cores - segundo os impressionistas : “O branco e o Preto não existem na natureza.”
Estas duas cores, na sua presença material, são ainda mais ambíguas do que as três cores primárias. O branco puro e o preto puro não passam de ficção: as duas cores trazem consigo quente ou frio, isto é, amarelo ou azul.
Os pigmentos que manipulamos também mostram esta diferença; o branco de zinco é frio, o branco de prata é quente. Os pretos do marfim, do fumo, do carvão, da borra, etc., possuem maior ou menor profundidade ou calor.
Fisicamente, o branco produz-se pela reflexão de todos os raios luminosos, o preto pela sua absorção. Fisicamente, estas duas cores não são, portanto, cores.”
(…)
“Características do branco e do preto:
Branco: resistência activa, salto
Preto: resistência passiva, falta de resistência, apagamento, abandono.
O interior corresponde às leis da física.”
(…)
“O vermelho (a primeira cor no desenvolvimento histórico) afirma-se ao máximo sobre branco e preto.
(Pôr vermelho sobre branco e preto)
Goethe: “Dois extremos opostos preparam-se gradualmente para a união.”
Quanto a circunstâncias em que se aplique a “metáfora” da união dos opostos posso sugerir o casamento. A seu tempo, contudo.
enviado por Bruno Santos em agosto 26, 2004 12:36 da manhã
O texto citado é de W. Kandinsky, Curso da Bauhaus.
enviado por Bruno Santos em agosto 26, 2004 12:40 da manhã
Dependo do significado de "soma de cores". Enquanto não defenirem isso (e NÃO é trivial) nunca se chagará a nenhuma conclusão.
José Simões
enviado por Anónimo em agosto 28, 2004 10:22 da manhã
Com "soma" queria significar a operação ilustrada nas duas imagens do "post" intitulado "Descubra as diferenças".
enviado por Aristarco em agosto 28, 2004 12:50 da tarde
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