O Pêndulo de Foucault
Já foi tema de história de mistério em "O Pêndulo de Foucault", de Umberto Eco; já foi motivo de confronto entre ciência e religião em "Contacto", de Carl Sagan...
E, no entanto, em 2004, 35 anos depois da chegada do Homem à Lua, ainda há quem não acredite que é a Terra que gira em torno do Sol, e não o contrário, e que a Terra gira em torno de si própria. Dúvida metódica, saudável, de quem, apesar da inteligência, não pôde ir à escola.
Por isso, procurei em manuais universitários uma explicação intuitiva (sem recurso à força de Coriolis) do comportamento do pêndulo de Foucault. Em vão. Só o sacrossanto Goldstein (para os não "iniciados": "Classical Mechanics", de Herbert Goldstein, Adison-Wesley Publishing Company) relega o problema para o último exercício de um capítulo...
Na internet, também não tive muita sorte. Até encontrar o artigo do Prof. Augusto Barroso, na revista "Comunicar Ciência" de Setembro/Outubro de 1999 (página 2).
Afinal, é simples: basta pensar que a velocidade (linear) é maior mais perto do equador, e lembrarmo-nos da inércia. Nos pólos, o plano de oscilação roda 360º por dia e no equador não roda. Para latitudes intermédias, com alguns cálculos simples, obtém-se:
- o ângulo de rotação (em graus) do plano de oscilação em 24 horas:
N = 360º sin(Ø) em que Ø é a latitude do lugar
- a latitude de um lugar, já que o período de rotação do pêndulo de Foucault é:
T = 24 horas / sin(Ø)
Nota: em Lisboa, há um belo pêndulo de Foucault no átrio do Museu de Ciência, na Rua da Escola Politécnica.
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