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segunda-feira, outubro 18, 2004

Físico propõe "conselho de sábios" alternativo à Academia das Ciências

A notícia da agência Lusa é aqui reproduzida, por ir deixar de estar disponível no endereço original.

18-10-2004 18:49:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-6442106
Temas: ciência portugal tecnologia porto

Ciência: Físico propõe "conselho de sábios" alternativo à Academia das Ciências

Porto, 18 Out (Lusa) - O físico António Manuel Baptista anunciou hoje que vai propor terça-feira a constituição da Academia Nacional de Ciências, Medicina e Tecnologias, uma espécie de "conselho de sábios" alternativo à Academia de Ciências de Lisboa, que classificou de letárgica.

"Vejo uma enorme dificuldade em transformar a letárgica Academia de Ciências de Lisboa num órgão útil. Actualmente não serve para nada, é quase uma repartição. Não pode ser salva como uma qualquer cosmética reformista", justificou o físico, em declarações à Agência Lusa.

A proposta de constituição da nova academia será feita no segundo e último dia do Fórum Ciência+2004, que decorre na Faculdade de Engenharia do Porto, sendo posteriormente comunicada ao Ministério da Ciência e Ensino Superior, bem como aos partidos políticos.

No texto da proposta, a que a Agência Lusa teve acesso, defende-se que a nova academia tenha "funções de aconselhamento da Nação" sobre questões científicas e tecnológicas.

"Necessitamos urgentemente de um órgão de referência que poderá ser uma academia de cientistas e tecnólogos, independente, cujos membros sejam escolhidos livremente pelos seus pares", defende o físico no seu texto.

A instituição proposta, "credível, e independente do poder político eventual", deve dirigir os seus conselhos ao Parlamento, o Governo, instituições públicas e sociedade civil sobre assuntos científicos e tecnológicos, acrescenta António Manuel Baptista.

Considerando "não só desejável como imprescindível" que os poderes instituídos procurem fontes alternativas de aconselhamento científico, o físico acredita, porém, que a academia proposta pode aspirar a servir de "referência incontornável" para enquadramento de todos os outros pareceres.

"Sente-se a falta de uma instituição permanente que sirva de referência e cujos pareceres possam servir de base credível e independente para qualquer tomada de decisão importante", entende o físico.

A forma como evoluiu o processo de co-incineração, entretanto abandonado, é, na sua perspectiva, um dos "lamentáveis exemplos recentes" da alegada falta de uma instituição científico-tecnológica "com credibilidade", como a que defende.

O segundo e último dia do Fórum Ciência será marcado também por um conjunto de análises sobre a forma como a ciência é abordada na comunicação social.

Um dos oradores será o vice-presidente da extinta Comissão Científica para a Co-Incineração, José Cavalheiro.

O Fórum Ciência propõe uma reflexão sobre o "estado preocupante" da cultura científica em Portugal.

JGJ.

Lusa/Fim

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