FísicosLX

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Albert Einstein (1879-1955) - A sua vida e a sua obra (V)

No segundo artigo, "Sobre uma Nova Determinação das Dimensões Moleculares" - que Einstein escreveu como dissertação doutoral - e no terceiro, "Sobre o Movimento de Pequenas Partículas em Suspensão em Líquidos Estacionários Requeridos pela Teoria Cinético-molecular do Calor", Einstein propôs um método para determinar o tamanho e o movimento dos átomos. Também explicou o movimento browniano, um fenómeno descrito pelo botânico inglês Robert Brown após estudar o movimento errático do pólen suspenso num fluído. Einstein afirmou que este movimento era causado por choques entre átomos e moléculas. Na altura, a própria existência de átomos era ainda um tema de debate científico, pelo que não pode menosprezar-se a importância destes dois artigos. Einstein tinha confirmado a teoria atómica da matéria.

(tradução livre de "On the Shoulders of Giants - The Great Works of Physics and Astronomy", editado e comentado por Stephen Hawking, Penguin, 2002)

(continua)

Citação

"La chance ne favorise, généralement, que les esprits préparés."
(Louis Pasteur)

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Albert Einstein (1879-1955) - A sua vida e a sua obra (IV)

Einstein não passou na parte de humanidades do exame e, por isso, não foi admitido na escola politécnica. Em alternativa, a família mandou-o para a escola secundária, em Aarau, na Suíça, com a esperança de que assim ele conseguisse uma segunda oportunidade para entrar na escola de Zurique. Foi o que aconteceu, e Einstein completou o seu curso na escola politécnica, em 1900. Por essa altura, apaixonou-se por Mileva Maric e, em 1901, ela deu à luz, fora do casamento, o primeiro filho do casal, uma menina de nome Lieserl. Pouco se sabe ao certo sobre Lieserl, mas parece que, ou nasceu com uma deficiência física, ou adoeceu gravemente quando ainda era bebé; foi depois dada para adopção e morreu com cerca de dois anos de idade. Einstein e Maric casaram-se em 1903.

O ano em que Hans nasceu, 1905, foi um ano excepcional para Einstein. Conseguiu conciliar as solicitações da paternidade e um emprego a tempo inteiro e, ainda, publicar quatro artigos que marcaram uma época, tudo sem os benefícios que uma posição académica lhe poderia ter proporcionado.

Na Primavera desse ano, Einstein submeteu três artigos à revista alemã Anais de Física (Annalen der Physik). Foram os três publicados em conjunto no volume 17 da revista. Einstein caracterizou o primeiro artigo, sobre o quantum de luz, como "muito revolucionário". Nele, examinou o fenómeno do quantum (a unidade fundamental da energia) descoberta pelo físico alemão Max Planck. Einstein explicou o efeito fotoeléctrico, em que, por cada electrão emitido, é libertada uma quantidade determinada de energia. Trata-se do efeito quântico, segundo o qual a energia é emitida em quantidades fixas que podem ser expressas por números inteiros, apenas. Esta teoria constituiu a base de grande parte da mecânica quântica. Einstein sugeriu que a luz fosse considerada como uma colecção de partículas de energia independentes mas, curiosamente, não apresentou quaisquer dados experimentais. Limitou-se a argumentar de forma hipotética sobre a existência destes "quanta de luz" com base em razões estéticas.

De início, os físicos hesitaram em apoiar a teoria de Einstein. Tratava-se de um afastamento demasiado grande relativamente às ideias científicas aceites na época, e muito para além do que quer que fosse que Planck tinha descoberto. Foi este primeiro artigo, intitulado "Sobre uma Perspectiva Heurística a Propósito da Produção e da Transformação da Luz" - e não o seu trabalho sobre a relatividade - que granjeou a Einstein o Prémio Nobel da Física, em 1921.

(tradução livre de "On the Shoulders of Giants - The Great Works of Physics and Astronomy", editado e comentado por Stephen Hawking, Penguin, 2002)

(continua)

Primeira descoberta de uma galáxia de matéria escura?


Press releases de Jodrell Bank e da Lusa.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Jangada de gelo

Clique para ver imagem maior e explicação.

Albert Einstein (1879-1955) - A sua vida e a sua obra (III)

Um dos primeiros amores de Einstein foi a ciência. Ele recordava-se de o pai lhe ter mostrado uma bússola, quando tinha cerca de cinco anos, e de se ter maravilhado por a agulha apontar sempre para norte, mesmo que a caixa tivesse sido rodada. Einstein lembrava-se de, naquele momento, "ter sentido que por detrás das coisas tinha que haver algo muito bem escondido".

Outro dos seus primeiros amores foi a música. Einstein começou a estudar violino quando tinha cerca de seis anos. Não tinha um talento inato; mas quando, vários anos depois, descobriu a estrutura matemática da música, o violino tornou-se numa paixão para a vida - mesmo que o seu talento nunca tivesse correspondido ao seu entusiasmo.

Quando Einstein tinha dez anos, a família inscreveu-o no Luitpold Gymnasium, onde, de acordo com os estudiosos, desenvolveu uma atitude de suspeita relativamente à autoridade. Esta característica foi-lhe útil mais tarde, na sua vida de cientista. O seu habitual cepticismo tornou mais fácil o seu questionamento de princípios científicos há muito assentes.

Em 1895, Einstein tentou dispensar a escola secundária fazendo um exame de admissão à Escola Politécnica Federal, em Zurique, onde pensava fazer o curso de engenharia eléctrotécnica. Eis o que ele escreveu sobre a sua ambição da altura:

"Se tivesse a sorte de passar nos exames, iria para Zurique. Ficaria lá durante quatro anos, para estudar matemática e física. Imagino-me a tornar-me professor nos ramos das ciências naturais, escolhendo a parte teórica destas. São estas as razões que me conduziram a este plano. Acima de tudo, a minha inclinação para o pensamento abstracto e matemático, e a minha falta de imaginação e habilidade prática."

(tradução livre de "On the Shoulders of Giants - The Great Works of Physics and Astronomy", editado e comentado por Stephen Hawking, Penguin, 2002)

(continua)

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Citação

"If I have seen further, it is by standing on the shoulders of giants."
(Isaac Newton)

"Newton"


(William Blake)

Albert Einstein (1879-1955) - A sua vida e a sua obra (II)

Enquanto Einstein ponderava sobre o funcionamento do universo, teve rasgos de compreensão demasiado profundos para exprimir por palavras. "Estes pensamentos apareceram sem nenhuma formulação verbal", terá dito Einstein. "Raramente penso com palavras. O pensamento surge e, mais tarde, posso tentar exprimi-lo por palavras."

Einstein acabou por fixar residência nos Estados Unidos, onde foi grande defensor de causas como o sionismo ou o desarmamento nuclear. Mas manteve a sua paixão pela física. Até à sua morte, em 1955, Einstein não deixou de procurar uma teoria de campo unificado que ligasse os fenómenos da gravitação e do electromagnetismo num único conjunto de equações. O facto de os físicos actuais continuarem a procurar uma teoria de grande unificação da física é um tributo à visão de Einstein. Einstein revolucionou o pensamento científico no século XX e para além dele.

Albert Einstein nasceu em Ulm, no antigo estado germânico de Wüetteberg, em 14 de Março de 1879, e cresceu em Munique. Foi o único filho de Hermann Einstein e de Pauline Koch. O seu pai e o seu tio eram donos de uma fábrica de material eléctrico. A família considerava que Einstein era lento a aprender porque tinha dificuldades com a linguagem. (Pensa-se actualmente que poderá ter sido disléxico.) Tornou-se lendária a história sobre quando Hermann perguntou ao reitor da escola do seu filho qual seria a melhor profissão para Albert, tendo este respondido: "Não faz diferença. Ele nunca terá sucesso em nada."

Einstein não se deu bem com a escola. Não gostava da autoridade, e sofria por ser uma das poucas crianças judias numa escola católica. Esta experiência como intruso repetiu-se muitas vezes ao longo da sua vida.

(tradução livre de "On the Shoulders of Giants - The Great Works of Physics and Astronomy", editado e comentado por Stephen Hawking, Penguin, 2002)

(continua)

domingo, fevereiro 20, 2005

Albert Einstein (1879-1955) - A sua vida e a sua obra


Nem sempre o génio é reconhecido de imediato. Apesar de se ir tornar no maior físico teórico de sempre, o reitor disse ao pai de Albert Einstein, quando ele andava na escola secundária, na Alemanha: "Ele nunca terá sucesso em nada." Quando Einstein era um jovem adulto, não conseguiu encontrar um emprego aceitável como professor, muito embora se tivesse formado na Escola Federal Politécnica de Zurique como professor de matemática e física. Assim, perdeu a esperança de obter uma posição universitária e tentou arranjar um trabalho temporário em Berna. Com a ajuda do pai de um colega, Einstein conseguiu um lugar como examinador no departamento de patentes. Trabalhava seis dias por semana, ganhando o equivalente a seiscentos dólares por ano. Foi assim que se governou, enquanto trabalhava para o seu doutoramento em física na Universidade de Zurique.

Em 1903, Einstein casou-se com a sua namorada sérvia, Milena Maric, tendo o casal ido viver para um apartamento de uma assoalhada, em Berna. Dois anos mais tarde, tiveram um filho, Hans Albert. O período do nascimento do filho Hans foi, provavelmente, o mais feliz na vida de Einstein. Os vizinhos recordaram, mais tarde, ter visto o jovem pai, absorto, a guiar um carrinho de bebé pelas ruas da cidade. De tempos a tempos, Einstein ia ao carrinho e tirava um caderno onde escrevia notas. Provavelmente, o caderno no carrinho de bebé continha algumas das fórmulas e equações que conduziram à teoria da relatividade e ao desenvolvimento da bomba atómica.

Durante estes primeiros anos no departamento de patentes, Einstein passou a maior parte do seu tempo livre a estudar física teórica. Compôs uma série de quatro artigos científicos seminais, que avançaram algumas das ideias mais frutuosas na longa história da procura da compreensão do universo. O espaço e o tempo nunca mais seriam vistos da mesma maneira. O trabalho de Einstein granjeou-lhe o Prémio Nobel da Física de 1921, bem como uma grande aclamação pública.

(tradução livre de "On the Shoulders of Giants - The Great Works of Physics and Astronomy", editado e comentado por Stephen Hawking, Penguin, 2002)

(continua)

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Portugal Devia Mais de Dez Milhões de Euros a Organizações de Ciência no Fim de 2004

Notícia do Público.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

"Sobre o algoritmo de colocação dos docentes do concurso nacional"

Palestra, amanhã, às 13 horas, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, de Luís Andrade, da ATX Software, com transmissão em directo pela internet.

Aprender com quem sabe


O programa do 3.º ciclo destes colóquios aqui.

Em Defesa da Ciência e da Tecnologia

José Mariano Gago, no Público de 13 de Fevereiro.

domingo, fevereiro 06, 2005

O "físico" Hipócrates (460 a.C. - 380 a.C.)

Fonte: http://drblayney.com/medical/Greek%20Medicine.jpg

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

LHC (Large Hadron Collider)

Concluída caverna para investigar mistérios do universo. Notícia da Lusa.

ARCA - Associação de Repórteres de Ciência e Ambiente

Jornalistas portugueses de ciência e ambiente criam associação. Notícia do Público.


 

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